terça-feira, 4 de setembro de 2007

Terça, dia de Nanã, Ogum e Oxumaré

nana.jpg


Dia da semana: Terça-feira
Cores: Lilás, Branco, Azul
Saudação: Saluba Nanã!
Elementos: Água e Terra (lama)
Domínio: Lama e Pântanos
Instrumento: Ibiri (espécie de bengala)

Nanã, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, pois quando Odudua separou a água parada, que já existia, e libertou do “saco da criação” a terra, no ponto de contato desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se encontram os maiores fundamentos de Nanã. Senhora de muitos búzios, Nanã sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza. O seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e significa “mãe”. Na região onde hoje se encontra a República do Benin, Nanã é muitas vezes considerada a dinvidade suprema e talvez por essa razão seja frequentemente descrita como um orixá masculino.

Nanã é no entanto um orixá feminino de origem daomeana que foi incorporado há séculos pela mitologia iorubá, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé, assimilando a sua cultura e incorporando alguns dos orixás dominados por sua mitologia já estabelecida.

Nanã teria o mesmo posto hierárquico de Oxalá ou até mesmo de Olorum.

Nanã é sempre associada à maternidade. É um dos orixás mais velhos da água que, associado às águas do céu e à lama, tem o poder de dar vida e forma aos seres humanos.

O seu elemento é a lama do fundo dos rios. Ela é a deusa dos pântanos, da morte (associada à terra, para onde somos levados após a morte) e da transcendência.

É uma figura muito controversa no panteão africano: ora perigosa e vingativa, ora desprovida dos seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido.

Os seus filhos dançam devotando-lhe muito respeito. Os seus movimentos lembram o andar de uma senhora idosa, com passos lentos, o corpo curvado para a frente e apoiado no Ibiri.

É considerada a primeira esposa de Oxalá. São quatro os Orixás filhos de Nanã: Omulu, Oxumaré, Ossain e Ewá.

Características dos filhos de Nanã

Os filhos de Nanã são pessoas extremamente calmas, tão lentas no cumprimento das suas tarefas que chegam a irritar. Agem com benevolência, dignidade e gentileza. As pessoas de Nanã parecem ter a eternidade à sua frente para acabar os seus afazeres, gostam de crianças e educam-nas com excesso de doçura e mansidão, assim como as avós. São pessoas que no modo de agir e até fisicamente aparentam mais idade.

Podem apresentar precocemente problemas de idade, como tendência a viver no passado, de recordações, apresentar infecções reumáticas e problemas nas articulações em geral.

As pessoas de Nanã podem ser teimosas e rabugentas, daquelas que guardam por longo tempo um rancor ou adiam uma decisão. Porém agem com segurança e majestade. Suas reacções bem equilibradas e a pertinência das suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.

Embora se atribua a Nanã um caráter implacável, os seus filhos têm grande capacidade de perdoar, principalmente as pessoas que amam. São pessoas bondosas, decididas, simpáticas, mas principalmente respeitáveis, um comportamento digno da Grande Deusa do Daomé.


ogum.jpg

Dia da semana: Terça-feira
Cores: Azul Forte, Vermelho, Verde
Saudação: Ogum Ieé!
Elementos: Terra (Florestas e estradas), Fogo
Domínio: Guerra, Progresso, Conquista e Metalurgia
Instrumento: Bigorna, Faca, Enxada e outras Ferramentas

Ogum é o temível guerreiro, violento e implacável, deus do ferro, da metalurgia e da tecnologia; protector dos ferreiros, agricultores, caçadores, carpinteiros, escultores, sapateiros, talhantes, metalúrgicos, marceneiros, maquinistas, mecânicos, motoristas e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou metais afins.

Orixá conquistador, Ogum fez-se respeitar em toda a África negra devido ao seu carácter devastador. Foram muitos os reinos que se curvaram diante do poder militar de Ogum. Entre os muitos Estados conquistados por Ogum estava a cidade de Iré, da qual se tornou senhor após matar o rei e o substituir pelo seu próprio filho, regressando glorioso com o título de Oníìré, ou seja, Rei de Iré.
Ogum é o filho mais velho de Odudua, o herói civilizador que fundou a cidade de Ifé. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ogum tornou-se seu regente em Ifé.
Ogum é um Orixá importantíssimo em África, no Brasil e em Portugal.

A sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último Imolé. Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruídos por Olodumarê após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos deuses da esquerda.

Foi Ogum quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um conjunto de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza. Em todos os cantos da África negra Ogum é conhecido, pois soube conquistar cada espaço daquele continente com a sua bravura. Matou muita gente, mas matou a fome de muita gente também, por isso antes de ser temido Ogum é amado.

A Espada! Eis o braço de Ogum.

Características dos filhos de Ogum

Fisicamente, os filhos de Ogum são magros, mas com músculos e formas bem definidas. Partilham com Exu o gosto pelas festas e conversas infindáveis e gostam de brigas. Se não fizerem a sua própria briga, compram as de seus amigos e colegas.

Sexualmente os filhos de Ogum são muito potentes; trocam constantemente de parceiros, pois têm dificuldade em se fixar a uma pessoa ou a um lugar.

São do tipo que dispensa um confortável colchão de molas para dormir no chão; gostam de pisar a terra com os pés descalços. São pessoas batalhadoras, que não medem esforços para atingir os seus objectivos, são pessoas que, mesmo contrariando a lógica, lutam insistentemente e vencem.

Não se prendem à riqueza, o que ganham hoje, gastam amanhã. Gostam mesmo é do poder, gostam de comandar, são líderes natos. Essa necessidade de estar sempre à frente pode torná-los pessoas egoístas e desagradáveis, mas com excepções.

Geralmente, os filhos de Ogum são pessoas alegres, que falam e riem alto para que todos se divirtam com as suas histórias, e adoram partilhar a sua felicidade.


oxumare.jpg


Dia da semana: Terça-feira
Cores: Amarelo e Verde (ou Preto) e Todas as Cores do Arco Íris
Saudação: Aruboboi!
Elementos: Ar (Céu) e Terra
Domínio: Riqueza, Vida Longa, Ciclos e Movimentos Constantes
Símbolos: Serpente, Arco Íris

Oxumaré é o Orixá de todos os movimentos, de todos os ciclos. Se um dia Oxumaré perder as suas forças o mundo acabará, porque o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante movimento. Imagine o Planeta Terra sem o movimento de rotação; imagine uma estação do ano permanente, uma noite permanente, um dia permanente. É preciso que a Terra não deixe de se movimentar, que após o dia venha a noite, que as estações do ano se alterem, que o vapor das águas suba aos céus e caia novamente sobre a Terra em forma de chuva. Oxumaré não pode ser esquecido, pois o fim dos ciclos é o fim do mundo. Oxumaré mora no céu e vem à Terra visitar-nos através do arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e o céu e assegura a unidade e a renovação do universo.

Filho de Nanã, Oxumaré é originário de Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan. Na região de Ifé é chamado de Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens. Dizem que Oxumaré seria homem e mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo que ele representa: o ciclo da vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a vida se perpetua. Oxumaré é um Orixá masculino. Oxumaré é um deus ambíguo, duplo, que pertence à água e à terra, que é macho e fêmea. Ele exprime a união dos opostos, que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida. Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no espírito). Oxumaré mostra a necessidade do movimento da transformação.

Características dos filhos de Oxumaré

São pessoas que tendem à renovação e à mudança. Periodicamente mudam tudo na sua vida (de maneira radical): mudam de casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e na busca de novas alternativas para o futuro, para cumprir o seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes. São pessoas magras. Como as cobras possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar.

São pessoas que se prendem a valores materiais e adoram ostentar as suas riquezas.

São orgulhosas, exibicionistas, mas também generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém.
Extremamente activas e ágeis, estão sempre em movimento e acção, não podem parar.

São pessoas pacientes e obstinadas na luta pelos seus objectivos e não medem sacrifícios para alcançá-los.

A dualidade do Orixá também se manifesta nos seus filhos, principalmente no que se refere às guinadas que dão nas suas vidas, que chegam a ser de 180 graus, indo de um extremo ao outro sem a menor dificuldade. Mudam de repente da água para o vinho, assim como Oxumaré, o Orixá do Movimento.



http://candomble.wordpress.com

Um comentário:

Anônimo disse...

Como posso saber meu orixá favo ajuda,
Davimd260@gmail.com