domingo, 16 de setembro de 2007

Um abandono

Pois é pessoas, andei deixando isso aqui um pouco de lado e nos proximos dias é bem provável que aconteça o mesmo, sabem como é, a Faculdade acha que não temos vida própria, as provas... Como uma desculpa, deixarei uma pequena poesia para vocês:

Um abandono (de
Alejandra Pizarnick)

Um abandono em suspenso,
ninguém é visível sobre a terra.
Só a música do sangue
assegura residência
num lugar tão aberto.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Quinta, dia de Logun Edé e de Ossaim

Encerrando nosso Ciclo Orixás...
OSSAIM
Dia da semana: Quinta-feira
Cores: Verde e Branco
Saudação: Ewé Ó!
Elementos: Floresta e Plantas Selvagens (Terra)
Domínio: Medicina e Liturgia Através das Plantas
Instrumento: Haste ladeada por Sete Lanças com um Pássaro no Topo
Kó si ewé, kó sí Òrìsà, ou seja, sem folhas não há Orixá, elas são imprescindíveis aos rituais do Candomblé. Cada Orixá possui as suas próprias folhas, mas só Ossaim conhece os seus segredos, só ele sabe as palavras (ofó) que despertam o seu poder e a sua força. Ossaim desempenha uma função fundamental no Candomblé, visto que sem folhas, sem a sua presença, nenhuma cerimónia se pode realizar, pois ele detém o axé que desperta o poder do ‘sangue’ verde das folhas. As folhas de Ossaim veiculam o axé oculto, pois o verde é uma das qualidades do preto. As folhas e as plantas constituem a emanação directa do poder da terra fertilizada pela chuva. O sangue das folhas é uma das forças mais poderosas, que traz em si o poder do que nasce e do que advém. É preciso esclarecer que o sangue (ejé) é um elemento essencial no Candomblé. São três os tipos de sangue: o vermelho, dos animais, do azeite-de-dendê (Óleo de Palma), do mel; o preto (verde), do sumo das folhas, e o branco, do sémen, do vinho de palma e da água. É sobre as folhas sagradas de Ossaim que repousará o Iaô (iniciado) na sua consagração ao Orixá. É com as folhas, que os animais consentem o sacrifício. Ossaim é portanto, a primeira consagração no Candomblé: primeira e constante, pois a folha faz parte do dia-a-dia dos praticantes do Candomblé; Ossaim é imprescindível à Religião, aos Orixás e aos Iniciados. Ossaim é o grande sacerdote das folhas, grande feiticeiro, que por meio das folhas pode realizar curas e milagres, pode trazer progresso e riqueza. É nas folhas que está a cura para todas as doenças, do corpo ou do espírito. A floresta é a casa de Ossaim, que divide com outros orixás do mato, como Ogum e Oxóssi, o seu território por excelência, onde as folhas crescem no seu estado puro, selvagem e sem a interferência do homem. Ossaim é um Orixá de grande fundamento, que possui uma só perna porque a árvore, base de todas as folhas, possui um só tronco. Ossaim é um Orixá originário da região de Iraó, na Nigéria, muito próximo da fronteira com o antigo Daomé. Não faz parte, como muitos pensam, do panteão Jeje assimilado pelos Nagô, como Nana, Omulú, Oxumaré e Ewá. Ossaim é um deus originário da etnia Ioruba. Uma confusão latente refere-se ao sexo de Ossaim; é preciso esclarecer que se trata de um Orixá do sexo masculino. No entanto, como feiticeiro e estudioso das plantas, não teve tempo para relacionamentos amorosos. Sabe-se que foi parceiro de Iansã, mas o controverso relacionamento com Oxóssi, que ninguém pode afirmar se foi ou não amoroso, é o mais comentado.Na verdade, Ossaim e Oxóssi possuem inúmeras afinidades: ambos são Orixás do mesmo espaço – da floresta, do mato, das folhas – grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata e da Terra. Características dos filhos de Ossaim Os filhos de Ossaim são pessoas extremamente equilibradas e cautelosas, que não permitem que as suas simpatias ou antipatias interfiram nas suas opiniões sobre os outros. Controlam perfeitamente os seus sentimentos e emoções. Possuem grande capacidade de discernimento e são frios e racionais nas suas decisões. São pessoas extremamente reservadas, não se metem em questões que não lhes dizem respeito. Participam de poucas actividades sociais, preferindo o isolamento. Evitam falar sobre a sua vida, sobre o seu passado, preferem manter uma certa aura de mistério. Geralmente, não têm nada de mais a esconder, mas preferem manter a reserva. Pressa e ansiedade não fazem parte das suas características, pois são pessoas minuciosas e caprichosas no cumprimento das suas tarefas.Possuem gosto por actividades artesanais que exigem isolamento e paciência; não gostam de ter chefes nem subalternos, não se prendem a horários, apreciam a independência para fazer o que gostam, na hora que querem. São pessoas fascinadas com as regras e tradições e adoram questioná-las. Possuem um gosto exacerbado pela religiosidade.
Logun Edé

Dia da semana: Quinta-feira
Cores: Azul Turquesa e Amarelo Ouro
Saudação: Logun ô Akofá!
Elementos: Água (de Rios e Cachoeiras) e Terra (Floresta)
Domínios: Riqueza, Fartura e BelezaInstrumentos: Balança, Ofá (arco), Abebè (espelho) e Cavalo-Marinho

Logun Edé é o Orixá da riqueza e da fartura, filho de Oxum e de Oxóssi, deus da guerra e da água. É, sem dúvida, um dos mais bonitos orixás do Candomblé, já que a beleza é uma das principais características dos seus pais.Caçador habilidoso e príncipe soberbo, Logun Edé reúne os domínios de Oxóssi e de Oxum, e quase tudo que se sabe a seu respeito gira em torno de sua paternidade.
Apesar da sua história, é preciso esclarecer que Logun Edé não muda de sexo a cada seis meses, ele é um Orixá do sexo masculino. A sua dualidade dá-se a nível comportamental, já que em determinadas ocasiões pode ser doce e benevolente como Oxum, e em outras, sério e solitário como Oxóssi. Logun Edé é um Orixá de contradições; nele os opostos alternam, é o deus da surpresa e do inesperado. Na Nigéria, a cidade de Logun Edé chama-se Ilesa e é uma das mais ricas e prósperas de África, mas o seu culto na região está em via de extinção.
Na África negra, dizem que Logun Edé seria na verdade Ólòlún Ode – o guerreiro caçador - o maior entre todos os caçadores, pai de todos eles, inclusive de Oxóssi. Todavia, não podemos desconsiderar o processo cultural que deu origem ao Candomblé e as diferenças fundamentais que existem entre os cultos aos orixás no Brasil e em África. O Candomblé é um ‘resumo de toda a África mística. Muitos deuses que em África mantinham a sua autonomia, no Brasil foram reunidos num único Orixá e divididos em diversas qualidades.Oxum Yéyé Ipondá e Odé Erinlé são, respectivamente, as qualidades de Oxum e Oxóssi que se consideram os pais de Logun Edé. No Candomblé, Oxóssi e Oxum são os pais de Logun Edé, um deus único que encontra na sua paternidade uma forma de existir e residir, pois o seu culto mantém-se até hoje e é cada vez mais crescente fora de África. Há também quem diga em África que Logun Edé é, na verdade, uma altiva versão masculina da própria Oxum.
A história revela que Oxóssi, feliz pelo filho vindouro, declarou a Oxum o seu amor e lhe pediu a posse do menino:-Oxum, por amor a você, quero que Logun Edé fique comigo, vou ensiná-lo a caçar. Comigo ele aprenderá os segredos da floresta.Mas, Oxum também amava Logun Edé e por maior que fosse seu amor por Oxóssi ela não poderia separar-se de seu filho então declarou:-Logun Edé viverá seis meses com a sua mãe e seis meses com o seu pai, comerá do peixe e da caça. Ele será Oxóssi e será Oxum, mas sem deixar de ser ele mesmo, Logun Edé: uma princesa na floresta e um caçador sobre as ondas!
Características dos filhos de Logun Edé
Os filhos de Logun Edé possuem as características de Oxum, ou seja, narcisismo, vaidade, gosto pelo luxo, sensualidade, beleza, charme e elegância. Tem também características em comum com Oxóssi, ou seja, beleza, vaidade, cautela, objectividade e segurança. No entanto, há características de Logun Edé que não pertencem nem a Oxum nem a Oxóssi. Na verdade, ele reúne o arquétipo de ambos, mas de forma superficial.
A superficialidade é a marca dos filhos de Logun Edé, porque eles, ao contrário dos filhos de Oxóssi e de Oxum não têm certeza do que são nem do que querem. As qualidades de Oxum e de Oxóssi amenizam-se em Logun Edé, mas, em compensação, os defeitos exacerbam-se. Dessa forma, os filhos de Logun Edé são extremamente soberbos arrogantes e prepotentes.
Mas algo não se lhes pode negar: os filhos de Logun Edé são bonitos e possuem um olhar especial, algo que atrai e repele ao mesmo tempo. São do tipo ‘bonitinho mas ordinário’. São mandões, os donos da verdade, os mais belos, cujo ego não cabe em si. O melhor não lhes fazer elogios na sua presença, a não ser que queira ver a sua imensa cauda de pavão abrir em leque. Quando têm consciência de que conseguem controlar os seus defeitos, os filhos de Logun Edé tornam-se pessoas muito agradáveis. Os filhos de Logun Edé não andam! Pairam no ar!


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Quarta, dia de Obá...

Obá

Dia da semana: Quarta-feira
Cores: Vermelho, Amarelo e Castanho Raiado
Saudação: Obá Sirè!Elementos: Fogo e àguas Revoltas
Domínios: Amor e Sucesso Profissional
Instrumentos: Espada, Ofá (Lança), Escudo de Cobre

Obá é um Orixá ligado à água, guerreira e pouco feminina. As suas roupas são vermelhas e brancas, usa um escudo, uma espada e uma coroa de cobre. Usa também um pano na cabeça para esconder a orelha cortada.
O tipo psicológico dos filhos de Obá, constitui o estereotipo da mulher de forte temperamento, terrivelmente possessiva e carente. Ao contrário de IANSÃ, é mulher de um homem só, fiel e sofrida. São combativas, impetuosas e vingativas.
Obá é um ORIXÁ que raramente se manifesta e há pouco estudo sobre ela. Obá é a mulher consciente do seu poder, que luta e reivindica os seus direitos, que enfrenta qualquer homem - menos aquele que tomar o seu coração. Ela abraça qualquer causa, mas rende-se a uma paixão. Obá é a mulher que se anula quando ama.
Obá nasceu do ventre rasgado de Iemanjá após o incesto de Orugan. Em toda a África Obá era cultuada como a grande deusa protectora do poder feminino, por isso também é saudada como Iyá Agbá, e mantém estreitas relações com as Iya Mi. Era uma mulher forte, que comandava as demais e desafiava o poder masculino.
Obá lutou contra todos os Orixás, venceu a batalha contra Oxalá, derrotou Xangô e Orunmilá, e tornou-se temida por todos os deuses. Embora Obá se tenha transformado num rio, é uma deusa relacionada ao fogo.
Obá é saudada como o Orixá do ciúme, mas não se pode esquecer que o ciúme é o corolário inevitável do amor, portanto, Obá é um Orixá do amor, das paixões, com todos os dissabores e sofrimentos que o sentimento pode acarretar. Obá tem ciúme porque ama.
O lado esquerdo (Osì) sempre esteve relacionado à mulher e, por uma razão muito elementar, é o lado do coração. Quando Obá é saudada como guardiã da esquerda, isso quer dizer que é a guardiã de todas as mulheres, aquela que compreende os sentimentos do coração, pois Obá pensa com o coração.
Como pode uma deusa ligada a esses sentimentos, dedicar-se à guerra? Toda a energia das suas paixões frustradas são canalizadas por ela para a guerra, tornando-se a guerreira mais valente, que nenhum homem ousa enfrentar. Obá supera a angústia de viver sem ser amada. Obá troca um palácio por uma cabana, troca todas as riquezas do mundo por uma frase: “Eu te amo”.
Características dos filhos de Obá
Os filhos de Obá não tem muito jeito para se comunicar com as pessoas, chegam a ser duros e inflexíveis. Têm dificuldade em ser gentis e estabelecer um canal de comunicação afectiva com os outros; às vezes são brutos e rudes afastando as pessoas. Isso deve-se ao fato de os filhos de Obá, na maioria das vezes, sofrerem um certo complexo de inferioridade achando que as pessoas que se aproximam querem tirar partido de alguma coisa. De facto, isso tende a acontecer com os filhos de Obá.
A sua sinceridade chega a ferir; expressam as suas opiniões, fazem críticas e acabam por magoar as pessoas, pois não se preocupam em ser agradáveis. Mas essa agressividade é puramente defensiva. São bons companheiros e amigos fiéis, são ciumentos e possessivos no amor, por isso não têm muita sorte. Quando apaixonados, nunca são senhores da relação, cedem em tudo, abdicam de todas as suas convicções.
Infelizes no amor, investem todas as suas cartas nas suas carreiras e, de entre as mulheres que se destacam profissionalmente numa sociedade machista, podem-se encontrar muitas filhas de Obá. Muitas vezes despertam a inveja dos seus inimigos e podem sofrer algumas emboscadas, por isso devem vencer a tendência que possuem para a ingenuidade.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Terça, dia de Nanã, Ogum e Oxumaré

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Dia da semana: Terça-feira
Cores: Lilás, Branco, Azul
Saudação: Saluba Nanã!
Elementos: Água e Terra (lama)
Domínio: Lama e Pântanos
Instrumento: Ibiri (espécie de bengala)

Nanã, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, pois quando Odudua separou a água parada, que já existia, e libertou do “saco da criação” a terra, no ponto de contato desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se encontram os maiores fundamentos de Nanã. Senhora de muitos búzios, Nanã sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza. O seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e significa “mãe”. Na região onde hoje se encontra a República do Benin, Nanã é muitas vezes considerada a dinvidade suprema e talvez por essa razão seja frequentemente descrita como um orixá masculino.

Nanã é no entanto um orixá feminino de origem daomeana que foi incorporado há séculos pela mitologia iorubá, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé, assimilando a sua cultura e incorporando alguns dos orixás dominados por sua mitologia já estabelecida.

Nanã teria o mesmo posto hierárquico de Oxalá ou até mesmo de Olorum.

Nanã é sempre associada à maternidade. É um dos orixás mais velhos da água que, associado às águas do céu e à lama, tem o poder de dar vida e forma aos seres humanos.

O seu elemento é a lama do fundo dos rios. Ela é a deusa dos pântanos, da morte (associada à terra, para onde somos levados após a morte) e da transcendência.

É uma figura muito controversa no panteão africano: ora perigosa e vingativa, ora desprovida dos seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido.

Os seus filhos dançam devotando-lhe muito respeito. Os seus movimentos lembram o andar de uma senhora idosa, com passos lentos, o corpo curvado para a frente e apoiado no Ibiri.

É considerada a primeira esposa de Oxalá. São quatro os Orixás filhos de Nanã: Omulu, Oxumaré, Ossain e Ewá.

Características dos filhos de Nanã

Os filhos de Nanã são pessoas extremamente calmas, tão lentas no cumprimento das suas tarefas que chegam a irritar. Agem com benevolência, dignidade e gentileza. As pessoas de Nanã parecem ter a eternidade à sua frente para acabar os seus afazeres, gostam de crianças e educam-nas com excesso de doçura e mansidão, assim como as avós. São pessoas que no modo de agir e até fisicamente aparentam mais idade.

Podem apresentar precocemente problemas de idade, como tendência a viver no passado, de recordações, apresentar infecções reumáticas e problemas nas articulações em geral.

As pessoas de Nanã podem ser teimosas e rabugentas, daquelas que guardam por longo tempo um rancor ou adiam uma decisão. Porém agem com segurança e majestade. Suas reacções bem equilibradas e a pertinência das suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.

Embora se atribua a Nanã um caráter implacável, os seus filhos têm grande capacidade de perdoar, principalmente as pessoas que amam. São pessoas bondosas, decididas, simpáticas, mas principalmente respeitáveis, um comportamento digno da Grande Deusa do Daomé.


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Dia da semana: Terça-feira
Cores: Azul Forte, Vermelho, Verde
Saudação: Ogum Ieé!
Elementos: Terra (Florestas e estradas), Fogo
Domínio: Guerra, Progresso, Conquista e Metalurgia
Instrumento: Bigorna, Faca, Enxada e outras Ferramentas

Ogum é o temível guerreiro, violento e implacável, deus do ferro, da metalurgia e da tecnologia; protector dos ferreiros, agricultores, caçadores, carpinteiros, escultores, sapateiros, talhantes, metalúrgicos, marceneiros, maquinistas, mecânicos, motoristas e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou metais afins.

Orixá conquistador, Ogum fez-se respeitar em toda a África negra devido ao seu carácter devastador. Foram muitos os reinos que se curvaram diante do poder militar de Ogum. Entre os muitos Estados conquistados por Ogum estava a cidade de Iré, da qual se tornou senhor após matar o rei e o substituir pelo seu próprio filho, regressando glorioso com o título de Oníìré, ou seja, Rei de Iré.
Ogum é o filho mais velho de Odudua, o herói civilizador que fundou a cidade de Ifé. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ogum tornou-se seu regente em Ifé.
Ogum é um Orixá importantíssimo em África, no Brasil e em Portugal.

A sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último Imolé. Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruídos por Olodumarê após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos deuses da esquerda.

Foi Ogum quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um conjunto de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza. Em todos os cantos da África negra Ogum é conhecido, pois soube conquistar cada espaço daquele continente com a sua bravura. Matou muita gente, mas matou a fome de muita gente também, por isso antes de ser temido Ogum é amado.

A Espada! Eis o braço de Ogum.

Características dos filhos de Ogum

Fisicamente, os filhos de Ogum são magros, mas com músculos e formas bem definidas. Partilham com Exu o gosto pelas festas e conversas infindáveis e gostam de brigas. Se não fizerem a sua própria briga, compram as de seus amigos e colegas.

Sexualmente os filhos de Ogum são muito potentes; trocam constantemente de parceiros, pois têm dificuldade em se fixar a uma pessoa ou a um lugar.

São do tipo que dispensa um confortável colchão de molas para dormir no chão; gostam de pisar a terra com os pés descalços. São pessoas batalhadoras, que não medem esforços para atingir os seus objectivos, são pessoas que, mesmo contrariando a lógica, lutam insistentemente e vencem.

Não se prendem à riqueza, o que ganham hoje, gastam amanhã. Gostam mesmo é do poder, gostam de comandar, são líderes natos. Essa necessidade de estar sempre à frente pode torná-los pessoas egoístas e desagradáveis, mas com excepções.

Geralmente, os filhos de Ogum são pessoas alegres, que falam e riem alto para que todos se divirtam com as suas histórias, e adoram partilhar a sua felicidade.


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Dia da semana: Terça-feira
Cores: Amarelo e Verde (ou Preto) e Todas as Cores do Arco Íris
Saudação: Aruboboi!
Elementos: Ar (Céu) e Terra
Domínio: Riqueza, Vida Longa, Ciclos e Movimentos Constantes
Símbolos: Serpente, Arco Íris

Oxumaré é o Orixá de todos os movimentos, de todos os ciclos. Se um dia Oxumaré perder as suas forças o mundo acabará, porque o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante movimento. Imagine o Planeta Terra sem o movimento de rotação; imagine uma estação do ano permanente, uma noite permanente, um dia permanente. É preciso que a Terra não deixe de se movimentar, que após o dia venha a noite, que as estações do ano se alterem, que o vapor das águas suba aos céus e caia novamente sobre a Terra em forma de chuva. Oxumaré não pode ser esquecido, pois o fim dos ciclos é o fim do mundo. Oxumaré mora no céu e vem à Terra visitar-nos através do arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e o céu e assegura a unidade e a renovação do universo.

Filho de Nanã, Oxumaré é originário de Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan. Na região de Ifé é chamado de Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens. Dizem que Oxumaré seria homem e mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo que ele representa: o ciclo da vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a vida se perpetua. Oxumaré é um Orixá masculino. Oxumaré é um deus ambíguo, duplo, que pertence à água e à terra, que é macho e fêmea. Ele exprime a união dos opostos, que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida. Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no espírito). Oxumaré mostra a necessidade do movimento da transformação.

Características dos filhos de Oxumaré

São pessoas que tendem à renovação e à mudança. Periodicamente mudam tudo na sua vida (de maneira radical): mudam de casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e na busca de novas alternativas para o futuro, para cumprir o seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes. São pessoas magras. Como as cobras possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar.

São pessoas que se prendem a valores materiais e adoram ostentar as suas riquezas.

São orgulhosas, exibicionistas, mas também generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém.
Extremamente activas e ágeis, estão sempre em movimento e acção, não podem parar.

São pessoas pacientes e obstinadas na luta pelos seus objectivos e não medem sacrifícios para alcançá-los.

A dualidade do Orixá também se manifesta nos seus filhos, principalmente no que se refere às guinadas que dão nas suas vidas, que chegam a ser de 180 graus, indo de um extremo ao outro sem a menor dificuldade. Mudam de repente da água para o vinho, assim como Oxumaré, o Orixá do Movimento.



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Segunda, dia de Omulu

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Omulú / Obaluaiyê

Dia da semana: Segunda-feira
Cores: Branco, Preto e Vermelho
Saudação: Atôtô!
Elementos: Terra e Fogo do Interior da Terra
Domínio: Doenças Epidémicas, Cura de Doenças, Saúde, Vida e Morte
Instrumento: Xaxará

Omulú ou Obaluaiyê, também conhecido como o Orixá das doenças ou da varíola e outras doenças contagiosas, é muito respeitado e deve-se manter uma certa distância. Obaluaiyê é a forma jovem do Orixá, enquanto Omulú é a sua forma mais velha.
A figura de Omulú é completamente cercada de mistérios e dogmas, sendo-lhe atribuído o controle sobre as doenças, especialmente as epidemias.
Filho de Nanã, advém da cultura Jêge assimilado mais tarde pelos Iorubas e originário do Daomé, actual República de Benin.
Obaluaiyê quer dizer “rei e dono da terra”, a sua veste é de palha e esconde o segredo da vida e da morte. Está relacionado com a terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol - calor que lembra a febre das doenças infecto-contagiosas. Omulú representa a terra e o sol, aliás, ele é o próprio sol, por isso usa uma coroa de palha que tapa o seu rosto, porque sem ela as pessoas não poderiam olhar para ele. Ninguém pode olhar o sol directamente. Está fortemente relacionado com os troncos e os ramos das árvores. A sua matéria de origem é a terra e, como tal, ele é o resultado de um processo anterior. Relaciona-se também com os espíritos contidos na terra. O seu poder está extraordinariamente ligado à morte.

OBA significa Rei, ILU espíritos e AIYÊ significa terra, ou seja, Rei de Todos os Espíritos do Mundo. Ele lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, os quais o seguem. Oculta sob o saiote o mistério da morte e do renascimento (o mistério do génesis). Ele é a própria terra que recebe os nossos corpos para que se tornem pó. É o médico dos pobres; o senhor dos cemitérios.

Características dos filhos de Omulú

Os filhos de Omulú são pessoas que não conseguem viver satisfeitas mesmo quando tudo vai bem para elas. Podem até atingir uma boa situação material e um belo dia, rejeitar tudo, por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de consagrar o bem-estar aos outros, fazendo completa abstracção dos seus próprios interesses vitais.
É possível a auto punição dos filhos de Omulú, principalmente nos seus casamentos, pois não é raro apaixonarem-se por pessoas extrovertidas e sensuais, que ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao parceiro um papel mais discreto. Gostam de ver a pessoa amada brilhar, porém invejam-na, vivendo com muita insegurança.
Os filhos de Omulú, cultivam a sua individualidade, são austeros e causam medo aos outros. São irónicos, secos e por vezes discretos.



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Domingo, dia de Ibeji

IBEJI


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Dia da semana: Domingo
Cores: Azul, Rosa e Verde
Saudação: Omi Beijada!
Elemento: Ar
Domínios: Nascimento e Infância
Símbolos: 2 Bonecos Gémeos, 2 Cabacinhas

Ibeji é o Orixá-Criança, em realidade, duas divindades gémeas infantis, ligadas a todos os orixás e seres humanos.

Por serem gémeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e nasce: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc.

Ibeji na nação Ketu, ou Vunji nas nações Angola e Congo. É o Orixá Erê, ou seja, o Orixá criança. É a divindade da brincadeira, da alegria; a sua regência está ligada à infância. Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exú, se não for bem cuidado, pode atrapalhar os trabalhos com as suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma Casa de Santo.

É o Orixá que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. A sua determinação é tomar conta do bebé até à adolescência, independentemente do Orixá que a criança carrega. Ibeji é tudo o que existe de bom, belo e puro; uma criança pode-nos mostrar o seu sorriso, a sua alegria, a sua felicidade, o seu falar, os seus olhos brilhantes. Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o voo das aves, na beleza e perfume das flores. A criança que temos dentro de nós, as recordações da infância.

Feche os olhos e lembre-se de um momento feliz, de uma travessura, e você estará a viver ou a reviver uma lenda deste Orixá. Pois tudo aquilo de bom que nos aconteceu na nossa infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji. Portanto, Ibeji já viveu todas as felicidades e travessuras que todos nós, seres humanos, vivemos.

A lenda e a história de Ibeji, acontece a cada momento feliz de uma criança. Ao menos para manter vivo este importante Orixá, procure dar felicidade a uma criança. Faça você mesmo o encantamento de Ibeji. É fácil: faça gerar dentro de si a felicidade de estar vivo. Transmita esta felicidade, contagie o seu próximo com ela. Encante Ibeji com a magia do sorriso, com o amor de uma criança. E seja Ibeji, feliz!

Características dos filhos de Ibeji

Os filhos de Ibeji são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconsequentes; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhões, sorridentes, irrequietos – tudo, enfim, o que se possa associar ao comportamento típico infantil.

Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem revelar-se teimosamente obstinados e possessivos. Ao mesmo tempo, a sua leveza perante a vida revela-se no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, a sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia.

Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e uma certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, às vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em seu torno a princípios simplistas como “gosta de mim - não gosta de mim”. Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com alguma facilidade.

Ao mesmo tempo, as suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas. Como as crianças, em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das actividades desportivas, sociais e das festas.


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sábado, 1 de setembro de 2007

Sábado, dia de Iemanjá e Oxum

IEMANJÁ

Dia da semana: Sábado
Cores: Branco, Azul, Prateado e Rosa
Saudação: Erù-Iyá! Odó-Iyá!
Elementos: Água (águas doces que correm para o mar e água do mar)Domínio: Maternidade (educação), Saúde mental e Psicológica
Instrumento: Abèbé Prateado (espécie de leque)

No Brasil, é muito venerada, e o seu culto tornou-se quase independente do Candomblé. É representada como uma sereia de longos cabelos pretos. Rege a maternidade, é a mãe dos peixes, que representam fecundidade. Gosta muito de flores e é o costume oferecer-lhe sete rosas brancas abertas, sem espinhos, que são lançadas ao mar para agradecimento. É a rainha de todas as águas do mundo, sejam as dos rios, ou as do mar. O seu nome deriva da expressão YéYé Omó Ejá, que significa, mãe cujo filhos são peixes. Em África era cultuada pelos Egbá, nação Iorubá da região de Ifé e Ibadan onde se encontra o rio Yemojá. Esse povo transferiu-se para a região de Abeokutá, e levou consigo os objectos sagrados da deusa, que foram depositados no rio Ogum, o qual, diga-se de passagem, não tem nada a ver com o Orixá Ogum. Apesar de no Brasil Iemanjá ser cultuada nas águas salgadas, a sua origem é num rio que corre para o mar. Inclusive, todas as suas saudações, orikís e cantigas remetem para essa origem, Odó Iyà por exemplo, significa mãe do rio, já a saudação Erù Iyà faz alusão às espumas formadas no encontro das águas do rio com as águas do mar, sendo esse um dos locais de culto a Iemanjá.
Iemanjá é a mãe de todos os filhos, mãe de todo o mundo. Iemanjá é o espelho do mundo, que reflecte todas as diferenças, pois a mãe é sempre um espelho para o filho, um exemplo de conduta. Ela é a mãe que orienta, que mostra os caminhos, que educa, e sabe, sobretudo, explorar as potencialidades que estão dentro de cada um, como fez com os guerreiros de Olofin, mostrando o quanto eram bons nos seus ofícios, mas dizendo, ao mesmo tempo, que a guerra maior é a que travamos contra nós mesmos.Iemanjá foi violentada pelo seu próprio filho, Orugan. Dessa relação incestuosa nasceram diversos Orixás e dos seus seios rasgados jorraram todos os rios do mundo. Iemanjá acabou desfazendo-se nas suas próprias lágrimas transformando-se num rio que correu em direcção ao oceano. Não é por acaso que as lágrimas e o mar têm o mesmo sabor.
É considerada a mãe da maioria dos Orixás de origem Iorubá. Iemanjá é a mãe que não faz distinção entre os seus filhos, sejam eles como forem, tenham ou não saído de seu ventre. Quando humildemente criou, com todo amor e carinho, aquele menino cheio de chagas, criou também um grande guerreiro. Iemanjá criou Omulú, o rei da terra, o próprio Sol.
Características dos filhos de Iemanjá
São imponentes, majestosos e belos, calmos, sensuais, fecundos, cheios de dignidade e dotados de irresistível fascínio (o canto da sereia), são voluntariosos, fortes, rigorosos, protectores, altivos e, algumas vezes, impetuosos e arrogantes. Têm o sentido de hierarquia, fazem-se respeitar e são justos mas formais; põem à prova as amizades que lhes são devotadas, não perdoam uma ofensa com facilidade e, se a perdoam, jamais a esquecem. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérios. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, dos tecidos azuis e vistosos, das jóias caras. Eles têm tendência para uma vida sumptuosa, mesmo se as possibilidades do quotidiano não lhes permitem um tal fausto.
As filhas de Iemanjá são boas donas de casa, educadoras pródigas e generosas, criando até os filhos de outros (Omulú). São possessivas e muito ciumentas. São pessoas muito voluntariosas e que tomam os problemas dos outros como se fossem seus. São pessoas fortes, rigorosas e decididas. Gostam de viver em ambientes confortáveis com certo luxo e requinte. São incapazes de guardar um segredo. Costumam exagerar nas suas verdades (para não dizer que mentem) e fazem uso de chantagens emocionais e afectivas. São pessoas que dão grande importância aos seus filhos, mantendo com eles os conceitos de respeito e hierarquia sempre muito claros.
Nas grandes famílias, há sempre um filho de Iemanjá, pronto a envolver-se com os problemas de todos, e gosta tanto disso que pode revelar-se um excelente psicólogo. Fisicamente, os filhos de Iemanjá tendem à obesidade, ou a uma certa desarmonia no corpo. São extrovertidos e sabem sempre tudo (mesmo que não saibam).


OXUM


Dia da semana: Sábado
Cores: Amarelo – Ouro
Saudação: Eri Yéyé ó!
Elementos: Água Doce (Rios, Cachoeiras, Nascentes, Lagoas)
Domínios: Amor, Riqueza, Fecundidade, Gestação e Maternidade
Instrumento: Leque com espelho (Abebé)

Na Nigéria, mais precisamente em Ijesá, Ijebu e Osogbó, corre calmamente o rio Oxum, a morada da mais bela Iyabá, a rainha de todas as riquezas, a protectora das crianças, a mãe da doçura e da benevolência. Generosa e digna, Oxum é a rainha de todos os rios e cachoeiras.
Vaidosa, é a mais importante entre as mulheres da cidade, a Ialodê. É a dona da fecundidade das mulheres, a dona do grande poder feminino. Oxum é a deusa mais bela e mais sensual do Candomblé.
É a própria vaidade, dengosa e formosa, paciente e bondosa, mãe que amamenta e ama. O primeiro filho de Oxum chama-se Ide, é uma verdadeira jóia, uma argola de cobre que todos os iniciados de Oxum devem colocar nos seus braços. Oxum não vê defeitos nos seus filhos, não vê sujidade. Os seus filhos, para ela, são verdadeiras jóias, e ela só consegue ver o seu brilho.
É por isso que Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência. Os seus filhos, melhor, as suas jóias, são a sua maior riqueza.
Características dos filhos de Oxum
Dão muito valor à opinião pública, fazem qualquer coisa para não chocá-la, preferindo contornar as suas diferenças com habilidade e diplomacia. São obstinadas na procura dos seus objectivos.
Oxum é o arquétipo daqueles que agem com estratégia, que jamais esquecem as suas finalidades; atrás da sua imagem doce esconde-se uma forte determinação e um grande desejo de ascensão social.
Têm uma certa tendência para engordar, a imagem do gordinho risonho e bem-humorado combina com eles. Gostam de festas, vida social e de outros prazeres que a vida lhes possa oferecer. Tendem a uma vida sexual intensa, mas com muita discrição, pois detestam escândalos. Não se desesperam por paixões impossíveis, por mais que gostem de uma pessoa, o seu amor-próprio é muito maior. Eles são narcisistas demais para gostar muito de alguém.
Graça, vaidade, elegância, uma certa preguiça, charme e beleza definem os filhos de Oxum, que gostam de jóias, perfumes, roupas vistosas e de tudo o que é bom e caro.
O lado espiritual dos filhos de Oxum é bastante aguçado. Talvez por isso, algumas das maiores Yalorixás da história do Candomblé, tenham sido ou sejam de Oxum.




sexta-feira, 31 de agosto de 2007

ORIXÁS

Vou postar a cada dia um Texto falando um pouco sobre os Orixás, que fazem parte do Candomblé, então como Orixá de Entrada, dono de nossa tão esperada sexta-feira, com vocês....

OXALÁ
Cor do textoDia da semana: Sexta-feira
Cores: Branco
Saudação: Epa Bábá!
Elementos: Ar (Atmosfera e Céu)
Domínio: Poder procriador Masculino, Criação, Vida e Morte
Instrumento: Apoxorô

Oxalá é o detentor do poder procriador masculino. Todas as suas representações incluem o branco. É um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a pró-forma e a formação de todo tipo de criaturas no Aiye e no Orun. Ao incorporar-se, assume duas formas: Oxaguiã jovem guerreiro, e Oxalufã, velho apoiado num bastão de prata (Apoxorô). Oxalá é alheio a todo o tipo de violência, disputas e brigas; gosta de ordem, da limpeza e da pureza. A sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Os seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a Oxalá os metais e outras substâncias brancas.
Em África, todos os Orixás relacionados com a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Fun Fun. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá, ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, rei do pano branco. Eram cerca de 154 os Orixás Fun Fun, mas no Brasil e em Portugal a quantidade reduz-se significativamente, sendo que dois, Oxalufã e Oxaguiã, se tornaram as suas expressões mais conhecidas. A designação de Orixá Fun Fun deve-se ao facto de a cor branca se configurar como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. O nome Orixalá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e foi assim com esse nome que o grande Deus Pai passou a ser conhecido. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades das suas duas configurações principais: Oxalufã, Oxaguiã, sendo este último, jovem e guerreiro, filho do primeiro, mais velho e paciente.Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumarê e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres e todas as coisas que existiriam no mundo.
No Xirê (festa em homenagem aos Orixás), Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade. Ele é o único Orixá que, como Exú, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos.
Características dos filhos de Oxalá
Os filhos de Oxalá são pessoas tranquilas, com tendência à calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem que se esforcem objectivamente para o conseguir. São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente.Sabem argumentar bem, são reservados, mas raramente orgulhosos. O seu defeito mais comum é a teimosia; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.No Oxalá mais velho (Oxalufã) a tendência traduz-se em rabugice e intolerância, enquanto no Oxalá novo (Oxaguiã) tem um certo furor pelo debate e pela argumentação.
Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na constituição física. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e postura dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre os seus ombros, mesmo tratando-se de alguém muito jovem.

obs.: Créditos candomble.wordpress.com/oxala/





quinta-feira, 30 de agosto de 2007

ORAÇÃO DE SANTO AGOSTINHO


Como hoje é dia de Forró, resolvi deixar aqui registrada, a Oração de Santo Agostinho, que tomei conhecimento através de pessoas muito especiais que a algum tempo fazem parte de minhas quinta-feiras, e que é perfeita...


LOUVADA SEJA A DANÇAPORQUE ELA LIBERA O HOMEMDO PESO DAS COISAS MATERIAISE UNE OS SOLITÁRIOSPARA FORMAR SOCIEDADE.LOUVADA SEJA A DANÇAQUE TUDO EXIGE E FORTALECESAÚDE, MENTE SERENAE UMA ALMA ENCANTADAA DANÇA SIGNIFICA TRANSFORMARO ESPAÇO, O TEMPO E A PESSOAQUE SEMPRE CORRE PERIGODE SE DESFAZER E SER OUSOMENTE CÉREBRO, OU SÓ VONTADEOU SÓ SENTIMENTOA DANÇA PORÉM EXIGEO SER HUMANO INTEIROANCORADO NO SEU CENTROE QUE NÃO CONHECE OBSESSÃODA VONTADE DE DOMINARGENTE E COISAE QUE NÃO SE SENTEA DEMÔNIA DE ESTAR PERDIDONO SEU PRÓPRIO SER.A DANÇA EXIGE UM HOMEM LIVRE E ABERTOVIBRANDO NA HARMONIADE TODAS AS FORÇAS.Ó HOMEM, Ó MULHER, APRENDAM A DANÇAR,SENÃO OS ANJOS DO CÉUNÃO SABERÃO O QUE FAZER CONTIGO.


obs.: Imagem de Anna Göbel

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

29 de Agosto, Dia Nacional do Combate ao Fumo


NOTÍCIAS - ESPECIAIS

A droga universal
Câncer, DPOC, além de muitas outras complicações relacionadas ao cigarro, ainda matam 10 mil pessoas diariamente no País
(Por Thaís Botelho)


De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), só no Brasil o número de vítimas do tabaco é alarmante: aproximadamente 10 mil pessoas morrem diariamente decorrentes de doenças associadas ao vício. No mundo, este resultado é de quatro milhões por ano. Estudos revelam que o tabagismo está responsável por 30% das mortes por câncer em geral, 90% por câncer de pulmão, 25% por doenças coronarianas, 85% por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e 25% por complicações cérebro vasculares. "No mundo, o câncer de pulmão permanece como uma doença altamente letal", comenta Ana Maria Camino, especialista em Oncologia e Radioterapia pelo Hospital do Câncer de São Paulo, e diretora médica da Oncoclin.Considerado a principal causa de morte evitável no planeta, o tabaco atinge um terço da população adulta mundial: estima-se que 1 bilhão e 200 milhões de pessoas sejam fumantes.
Curiosidade: O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando um aumento por ano de 2% na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados, está associado ao consumo de derivados de tabaco. No Brasil, o câncer de pulmão foi responsável por 14.715 óbitos em 2000, sendo o tipo de câncer que mais fez vítimas. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença atingiu mais de 27 mil brasileiros (18 mil homens e 9 mil mulheres) em 2006. A nicotina - uma entre as cerca de 4.700 substâncias nocivas encontradas no cigarro, - ainda é a principal responsável por causar a dependência. Com sua ingestão contínua, pesquisas apontam que o cérebro se adapta e passa a necessitar de doses cada vez maiores. "Esse efeito é chamado de tolerância à droga", explica Ana Maria. "É a nicotina que gera a sensação de prazer no organismo", complementa Sérgio Cardoso, pneumologista e Coordenador do Núcleo de Apoio à Prevenção e Cessação do Tabagismo (Prev Fumo), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Dra. Ana Maria: "Câncer depulmão é altamente letal"Foto: DivulgaçãoAlém da substância, deve-se considerar que os danos causados ao organismo também são resultados da fumaça do cigarro "onde são encontrados componentes químicos como benzeno, amônia, tolueno, etc.", diz Sérgio. Ainda é possível encontrar alcatrão, colesterol, fenol, ácido fórmico, chumbo - além de substâncias radioativas. "Ao serem inaladas, estas partículas são depositadas primariamente nos pulmões", comenta. "Desta forma, acontece o processo inflamatório da mucosa, gerando a destruição dos alvéolos pulmonares", explica Sérgio.Para aqueles que acreditam que há diferença entre fumantes - de um maço de cigarros ou de apenas um cigarro por dia - enganam-se! "Claro que quanto maior é o consumo, maiores são as chances de adquirir complicações, mas os riscos existem para todos", ressalta. Outro fator que ainda influencia o ingresso no vício é o
exemplo familiar.

Fumantes passivos, são aqueles que, ainda não sendo fumantes, convivem com tabagistas ou inalam frequentemente a fumaça do cigarro. De acordo dados do INCA, os adultos expostos à fumaça contam com um risco 30% maior de adquirir câncer de pulmão e 24% maior de sofrerem um infarto do coração. Uma das medidas tomadas contra o tabagismo em âmbito nacional foi a
Lei Federal nº. 9.294 , de 1.996, que proíbe a prática em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente. Dependência psicológicaPara Leonardo Mascaro, psicólogo e mestre em Neurociências pelo Instituto de Psicologia da USP, o vício do cigarro está ligado a certo conflito psicológico. "Ainda que haja necessidade química, o paciente tabagista busca, de maneira errônea, administrar temas de sua vida com os quais não consegue lidar", ressalta. Do ponto de vista neurofisiológico, tanto a nicotina quanto a cafeína - quem fuma, normalmente bebe muito café - têm efeito estimulante sob o cérebro. Segundo ele, os estudos realizados até hoje apontam a razão para uma somatória de variáveis que, operando em conjunto, estão por trás da droga-adição. "São desde fatores genéticos até sociais e, como qualquer outro problema, é preciso buscar tratamento", complementa.Conseqüências físicasAs demais partes do corpo também refletem as agressões do tabaco. É o que explica Ruth Clapauch, endocrinologista e metabolista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo. "Osteoporose e diminuição da fertilidade são alguns dos principais riscos dos tabagistas", conta. "Aumento da produção de hormônios pela tireóide e alterações oculares ligadas a problemas da glândula, também são conseqüências da dependência", ressalta.
Dra. Paula:"Fumantes têm mais rugas"Foto: DivulgaçãoNas mulheres acima de 35 anos, que usam anticoncepcionais, o cigarro está ligado diretamente ao aumento de problemas circulatórios. "Na fase da gravidez, está associado ao parto prematuro", explica Ruth. No homem, os ricos não são diferentes. "O tabaco é um dos fatores que, entre outras moléstias, contribuem para a disfunção erétil e impotência sexual". Para Paula Penna, dermatologista pela Unifesp e especialista pela Thomas Jefferson University - Filadélfia (USA), pele, cabelo, mãos e lábios de fumantes são facilmente identificados. "Tabagistas têm a pele envelhecida, os dentes e as pontas dos dedos amarelados, pequenos vasos pelo corpo, além de muito mais rugas - principalmente em volta da boca", explica.
Nuno: "Cigarro dificulta abastecimentodas células"Foto: DivulgaçãoQuem é, ou tenta ser, adepto da atividade física, mas ainda sim é fumante, percebe rapidamente as conseqüências negativas sob o corpo. "Basta lembrar que exercícios físicos aumentam o diâmetro de artérias e capilares, e o cigarro promove exatamente o contrário: dificulta o abastecimento correto das células dos órgãos vitais", avalia Nuno Cobra, professor de Ed. Física pela Escola de Educação Física de São Carlos e pós-graduado pela USP. Foi preparador físico de Ayrton Senna e Mika Hakkinen, entre outros.Embora o Brasil seja o segundo produtor e o maior exportador mundial de tabaco, o país é reconhecido internacionalmente pela luta e controle do tabagismo.
Conheça algumas destas políticas! Para aqueles que desejam parar de fumar, há diversas entidades especializadas que, junto a profissionais qualificados, realizam trabalhos gratuitos em prol do fim do vício. Veja!
Saiba maisCerca de 4.700 substâncias tóxicas compõem a fumaça prejudicial do cigarroAlém da nicotina, alcatrão e monóxido de carbono existem outras substâncias radioativas, como polônio 210 e cádmio - usado em baterias de carros.
Após 20 minutos sem fumar, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normalDepois de dois dias sem cigarro, há melhor sensibilidade do olfato e paladar, depois de três semanas, melhoram a respiração e a circulação e, após um ano, o risco de morte por infarto do miocárdio cai pela metade.Fontes: OMS e Ministério da Saúde